Quem já não se pegou questionando: O meu líder é um líder formal ou moral? Como consigo diferenciar um do outro?
Essa é uma questão bastante comum, acontece, praticamente, todos os dias, em todas as empresas, basta haver uma equipe e um líder para que esse sentimento tramite entre as pessoas. Isso ocorre porque as pessoas nem sempre têm os mesmos comportamentos. A cada situação nos deparamos com reações diferentes e, consequentemente, comportamentos diferentes. Daí, basta não ter um líder preparado para que esse sentimento, essa dúvida venha à tona.
Ao pensarmos em qual seria a melhor resposta para essa pergunta, verificamos que a situação parece fácil de ser resolvida, porém não é bem assim. Nem sempre constatamos comportamentos coerentes com cada forma de liderança, pois o discurso dos líderes às vezes pode ser contraditório à prática de sua função.
Para nos ajudar a identificar de maneira rápida e objetiva, trago algumas características de duas formas de liderança, a formal e a moral.
Vamos interpretar alguns pontos da liderança formal. O líder formal:
- ainda manda pelo peso do crachá;
- é permissivo com o meio, a fim de deixar a equipe insegura, entendendo que só desta maneira conseguirá manter seu lugar;
- é centralizador, não confia em ninguém, inclusive nele mesmo, não dissemina informações nem conhecimento, imaginando assim ser o “detentor do poder”;
- não reconhece talentos, resultados, superação das pessoas de sua equipe;
- não comemora os resultados, acha que os consegue sozinho.
Então, podemos dizer que o líder formal ainda vive e gerencia pessoas como se fazia na era industrial, em que o trabalho era apenas simples tarefas, e os “subalternos” viviam com a percepção de monotonia, sentimento de insatisfação e extremamente resignados. Para esse tipo de líder a era do conhecimento é algo que vem só para atrapalhar, para tirá-lo da sua “zona de conforto” e fazer com que seus subordinados tenham suas “cabeças viradas”.
Em contrapartida, temos, e acredito que seja uma crescente daqui para frente, o surgimento, ou melhor, o desenvolvimento do líder moral. São despojados do medo de serem superados, possuem conceitos inovadores, atuais e pensam no todo e não somente na parte que lhe cabe.
O líder moral tem diversas características que o fazem ser considerado como alguém que deva ser seguido, visualizado e, por que não dizer, “copiado”.
Vejamos as características que fazem do líder moral o gestor diferenciado entre os outros:
- a sua competência no relacionamento interpessoal, com ênfase no respeito pelo próximo, pelos seus subordinados, pares e superiores, não fazendo distinção quando se trata de hierarquia;
- promove, em seu departamento, um clima cordial, de confiança e credibilidade, valorização e reconhecimento das pessoas, o que é um ponto crucial;
- é um líder que incentiva, motiva e demonstra, por meio de seus comportamentos e valores, respeito a todos de forma incondicional, entendendo que nada é conquistado se não for com a participação de todos;
- é fortemente focado em resultados, porém não fica “míope” em relação às pessoas que lidera;
- é agregador (dos valores das pessoas e da empresa) e disseminador de conhecimentos – “Conhecimento parado é conhecimento morto”;
- seu poder de inteligência emocional é surpreendente, anseia por ajudar e desenvolver pessoas, resolver problemas de forma simples e com propriedade, sempre mantendo o equilíbrio em seus gestos, atitudes, palavras e comportamentos;
- tem mente aberta para os feedbacks e aperfeiçoamento constante e ininterrupto.
Enfim, poderia ficar horas escrevendo as boas características da liderança moral, contudo não é o caso aqui.
A ideia é refletir sobre a busca do entendimento dessas diferenças entre as formas de líderes (formais/morais), permitindo que nos tornemos um ou identifiquemos, com clareza e destreza, qual a linha que nossas lideranças seguem, para que a pergunta que nos fazemos sempre seja sanada e deixe de povoar nossas mentes de uma vez por todas.